Crítica | O Macaco

 "O Filme não se leva muito a sério, usando uma abordagem de Humor em meio ao terror trash." 

                                          Imagens/Paris Filmes
Fomos conferir este novo longa do diretor Osgood Perkins que fez muito sucesso com seu longa de terror "Longlegs", em 2024. Agora o nosso diretor retorna com um novo filme, "O Macaco", baseado num conto sobre obra de Stephen King.
Um dos maiores erros na venda do longa, é tentar se levar a sério como filme de terror nos seus materiais de divulgação. Já que o mesmo nada mais é que uma comédia de terror bem escarrachada. 
O longa se utiliza muito do humor ácido e muitas cenas de morte sangrentas e absurdas, que lembram muito as da franquia "Premonição". Perkins entrega um filme bastante diferente e fora da caixinha, que traz um misterioso conto sobre um brinquedo amaldiçoado, que assim q gira a sua chave de cordas traz alguns acontecimentos bizarros.
Nesta história, acompanhamos os gêmeos Bill e Hal, que descobrem um antigo macaco de brinquedo no sótão do seu pai, e a partir desse momento, uma série de mortes terríveis começa a acontecer. Tentando se livrar do brinquedo e seguir em frente, os irmãos decidem descartá-lo, e com o tempo distanciam-se desse passado sombrio. No entanto, o terror parece não os abandonar, pois o filme é baseado num conto, de mesmo nome, presente na antologia "Tripulação de Esqueletos", do autor Stephen King.

                                     
   Imagens/Paris Filmes
Mesmo não deixando isto claro, o que mais faz o longa parecer comédia, são as mortes absurdas e extremamente sangrentas e inventivas, usando tripas, cabeças explodindo e pedaços de corpo voando para todos os lados. É sangrento e absurdo! E ainda assim, ele faz rir.
Mas já na fase adulta temos Theo James, que brilha ao interpretar dois irmãos gêmeos totalmente diferentes, o elenco ainda traz atuações inspiradas de Tatiana Maslany e Elijah Wood.
Em uma (Hollywood) cada vez mais genérica, é muito legal ver um filme que foge do convencional, por isso "O Macaco" merece toda a batucada que está recebendo. Faz-se um comparativo inevitável com "Longles", na qual a produção misturou elementos de terror sobrenatural com investigação criminal e foi muito elogiada pela crítica e público. Se no terror, Perkins construiu uma narrativa assustadora e repleta de tensão, o mesmo não pode ser dito sobre "O Macaco", que por sua vez foca muito somente no sobrenatural sem trazer nenhuma pista de o porque o dito brinquedo tem as suas características tão peculiares e especiais. Por fim as escolhas de Perkins volta a misturar elementos sobrenaturais na sua nova desventura. A trama da vez insere elementos de comédia e terror de uma forma não tão clara, tornando assim o longa um pouco indigesto. 
Deixando claro a intenção de comédia trash, o filme não tentaria se levar tão a sério e teria uma melhor venda, a meu ver, pelos fãs desta modalidade.
                                    Imagens/Paris Filmes
O prólogo do filme dá o tom da produção. Na cena de abertura vemos Adam Scott (Ruptura) desesperado tentando se livrar do “brinquedo”, insistindo em o quão maligno é aquela criatura. A sequência mostra o quão bizarro será o filme, e olha que a proposta até começa bem. O problema é o que vem a seguir, que não casa bem com o conto original e nem com a introdução proposta. Após essa introdução, somos apresentados aos irmãos gêmeos Shelburn que são os fios condutores da trama. A relação entre eles e a mãe são a força motriz da história, que carece de outros personagens interessantes que façam os espectadores se importar com as suas vidas e destinos. Como destaque temos Tatiana Maslany (She-Hulk), sendo o coração do filme e a sua visão descontraída das tragédias que acontecem, servem como norte para a mensagem final do filme, sendo cruel e honesta. Quando a atriz deixa o enredo, Theo James (Magnatas do Crime) assume o posto, mas o ator não possui o mesmo carisma e carrega a história com um pouco de dificuldade. Uma das maiores falhas do longa é não explicar por qual motivo as mortes provocadas pelo brinquedo acontecem. As mortes são aleatórias? Ou atingem apenas pessoas importantes para quem gira a corda do brinquedo? A obra não tem interesse em investigar a origem do objeto maligno e isso não é um problema, mas sem ter com quem se importar e sem saber como o contexto funciona fica fácil não se importar com o que vemos, restando apenas a criatividade na hora de matar os diversos personagens que surgem em tela.
                                   Imagens/Paris Filmes
De início, "O Macaco" como falado anteriormente, bebe muito da fonte de "Premonição", onde vemos um inimigo invisível criando situações que vão eliminar um personagem de uma maneira brutal. Mas com o tempo, a direção de Perkins e o roteiro deixa de criar situações criativas (às três primeiras situações são ótimas e mostram como deixar o espectador horrorizado) e apostam as suas fichas em explodir corpos e espirrar sangue na tela, o que diminui o impacto e torna tudo banal e sem propósito. Para completar o humor é péssimo e inserido de modo bem aleatório, tirando impacto das situações e transformando o show de horror em piada sem graça que se estende demais. O Macaco é um baterista de uma nota só e a mistura de horror e comédia não funciona como deveria, o fato de o roteiro querer ser um filme de terror em vez de abraçar o trash torna tudo isso mais difícil. Espero de coração que em seu próximo projeto o diretor Osgood Perkins faça o básico e não tente misturar gêneros, terror e comédia sem pelo menos encarar que é isso que quer. Ele já deixou claro em "Longlegs" que sabe construir tensão e sustos como ninguém, mas quando mistura gêneros as coisas tendem a ficar estranhas. Deixou bem claro que não foi suas melhores escolhas, tornando algo que poderia ser bom numa coisa muito ínfima. Mas nem tudo está perdido, se você leu esta crítica até aqui e é fã de terror trash com pitadas de horror e mortes absurdas o longa pode funcionar bem para você! 
O longa já está em cartaz nos cinemas e agora é só ir conferir e tirar as suas próprias conclusões.



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