Crítica | Better Man
''Com visão única, Better Man entrega um ótimo visual e ideia única para mudar as biografias."
Fomos conferir esta nova e inusitada cinebiografia do cantor Robbie Williams.
O que torna tão diferente esta escolha, é o fato de seu protagonista ser interpretado por um macaco durante todo o longa, mas isso não o torna ruim, pelo contrário ele torna tudo mágico e visionário.
É nítido que as biografias estão saturadas, seguindo sempre as mesmas fórmulas, os mesmos esquemas emocionais e reproduzindo clichês, entre outros argumentos. Não há dúvida, isso é um fato. Contudo, é importante destacar que embora esses filmes não tentem necessariamente romantizar a vida de seus protagonistas, buscam muitas vezes apresentar uma versão do artista ao espectador que conhece suas carreiras músicas, mas não sua história de vida. Em outros casos, o objetivo pode ser corrigir ou alterar uma percepção equivocada sobre a figura retratada e esse é um dos maiores acertos de Better Man.
Imagens/ Paramount FilmesJá começar com uma ideia única contada de uma forma nada convencional. Começamos que o jovem Robert (Jonno Davies) sempre quis somente uma coisa, o reconhecimento do pai, Peter (Steve Pemberton). Mas Peter sempre falou que na vida ou se é alguém, ou se é um ninguém, e Robert morria de medo de ser um ninguém. Seus melhores momentos eram com o pai, quando imitavam juntos a Frank Sinatra. Mesmo depois que o pai abandonou a família, Robert continuou a perseverar em seu sonho de se tornar alguém, e aos quinze anos agarrou com todas as forças a oportunidade que surgiu em sua vida, entrar para o grupo de boyband que mais tarde seria conhecido como Take That. A partir do sucesso do grupo, Robbie Williams vive a ascensão meteórica de um popstar, entre altos e baixos, enquanto lida com seus próprios infernos pessoais.
Imagens/ Paramount Filmes
O que mais se sobressai em ‘Better Man: A História de Robbie Williams’, é a capacidade inventiva do diretor Michael Gracey de transformar essa história mediana em algo extraordinário. Responsável por sucessos como ‘O Rei do Show’ e ‘Rocketman’, o diretor fez escolhas muito interessantes para atrair o público pela curiosidade. A primeira e mais evidente delas é a ousada escolha do uso de CGI para o protagonista, no intuito de recriar digitalmente um macaco para viver o personagem principal. Tal inventividade é explicada numa breve entrevista exibida antes da projeção, em que o biografado responde que se fosse um animal, sempre se viu como um macaco. E assim como em franquias como ‘O Planeta dos Macacos’, são as expressões e a capacidade de sentir deste animal que faz o espectador sentir empatia por ele, oque faz a gente se conectar mais ainda com o cantor. Em determinados momentos pelo uso da narrativa, nossa percepção acaba se misturando ao ponto de nos fazer acreditar que ele é realmente um macaco, nos fazendo esquecer o rosto do protagonista por completo, ou melhor fazendo ele se tornar oque o longa se propõe.
Imagens/ Paramount Filmes
O que Gracey faz ao longo do filme é infundir em todas as suas escolhas fílmicas, elementos que podem ser associados à persona que Robbie Williams construiu ao longo de sua carreira, e de maneira sútil e sem aliviar nada na história de seu protagonista, como os abusos de drogas, por exemplo. O que deixa claro que a proposta vai no caminho de sua reabilitação moral e imagética de Robbie Williams, tanto para aqueles que já lhe conheciam, como para aqueles que estão o conhecendo agora. Tal característica não precisa ser vista como demérito ou qualidade, é apenas uma pergunta que deve ser levantada quando a ideia de inovar está diretamente associada ao filme. Resumindo o longa difere, pode não agradar a todos, mas se comprar a ideia, o mesmo se torna algo único neste mundo de biografias. O longa já está em cartaz nos cinemas nacionais. Agora basta conferir e tirar suas próprias conclusões!
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