Crítica | Emília perez

 "O mais indicado ao Oscar 2025, com suas 13 indicações, Emilia Pérez é único e corajoso."


                                                    Imagens/Paris Films
Fomos conferir este novo drama musical, dirigido por Jacques Audiard onde é um filme de uma coragem ímpar, se tornando hipnotizante, aqueles tipos de longas que pouco se é visto por aí. Neste thriller de crime inspirado pelo romance Écoute de Boris Razon, sendo aqui uma releitura da obra, soa muito em momentos como ópera e tráfega entre roteiro de diálogos e canções. Emilia Pérez mistura gêneros de várias maneiras diferentes, ou seja, tanto em termos de narrativa quanto de conteúdo imposto em tela, trabalhando tanto com intuito musical, quanto com diálogos mais pesados dando tom bem diferido a história. Em sua premissa temos Juan “Manitas” Del Monte (vivido com maestria por Karla Sofía Gascón), aqui já justificando sua indicação ao Oscar por melhor maquiagem. 

  Imagens/Paris Films
Acompanhamos a jornada deste chefão do maior cartel de narcotráfico do México, que faz uma oferta irrecusável à Rita Mora Castro (Zoë Saldaña), uma brilhante mas subestimada advogada, para que ela o ajude usando tanto meios legais quanto ilegais, a conseguir aquilo que ele sempre quis em sua vida, tornar-se fisicamente a mulher que ele sempre foi, mas que também sempre ocultou por razões óbvias. O longa conta com uma boa história, porém nem todas as músicas funcionam para mim em determinados momentos. O filme nos apresentas algumas transições boas como quando Rita, vivida por Zoe Saldaña sai vitoriosa, mas sem reconhecimento de um julgamento em que precisava conseguir a absolvição de um criminoso pelo assassinato de sua esposa, ela começa a cantar suas quixas em uma transição perfeita da direção de Audiard. Mesmo assim, nada prepara o espectador para a proposta que virá depois, Manitas um homem corpulento, de voz grossa, todo tatuado até mesmo em seu rosto, com barba desgrenhada e dentes prateados que é vivido assustadoramente bem por Karla, atriz espanhola e trans que para essas partes do longa, acredito que teve em um processo de reversão graças ao extenso uso de maquiagem e iluminação limitada, facilmente ela consegue inclusive gerar dúvidas no espectador se realmente é ela mesma, dando aqui grande mérito para atriz por fazer dois papéis tão distintos em um filme, chegando aqui a mais uma indicação do filme ao Oscar de melhor atriz.

 Imagens/Paris Films

A partir daí, Rita parte pelo mundo para não só entender como o processo pode ser feito, como em quanto tempo, com quantas operações e claro, o tamanho do investimento, ao mesmo tempo, em que estabelece planos para fazer com que Manitas desapareça para obter uma nova identidade, a de Emilia Pérez, logicamente gerar conforto para sua esposa Jessi (Selena Gomez), e seus dois filhos, mantendo-os na ignorância do que ocorreu, mas com todo o conforto.
 Porém claro, tudo isso muda quando retorna Emilia Pérez, querendo recuperar o tempo perdido e limpar seu passado obscuro com todos.
Emilia Pérez é, portanto, uma experiência audiovisual às vezes falha tentando muito acertar do começo ao fim, que funciona sem engasgues como thriller de crime, nem tanto como musical, acerta no drama, e renova na maneira de fazer sua crítica social. Já aviso aqui se não tem mente aberta este pode não ser o filme para você! 
O longa estreia nos cinemas nacionais no dia 6 de fevereiro então basta garantir o ingresso e tirar suas próprias conclusões sobre as 13 indicações ao Oscar! 




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