Crítica | O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrin
"Nova adaptação animada destaca protagonismo feminino, com leve toque de Game of Thrones"
Imagens/Warner bros Animation
Fomos conferir a nova animação da Warner Bros, que nos conta uma história do nosso universo tão amado de Senhor dos Anéis.
Desde que Peter Jackson adaptou a trilogia de "O Senhor dos Anéis" no início dos anos 2000, vários produtos relacionados à franquia foram lançados. Entre erros e alguns acertos, o fato é que os fãs começaram a olhar qualquer novidade de forma cautelosa, e não difere com "A Guerra dos Rohirrim", o primeiro anime da franquia.
Já é clara a intenção da Warner Bros, em explorar a marca de "O Senhor dos Anéis" até onde puder. A divisão de "O Hobbit" em três filmes, já dava um gostinho disso e o futuro filme do Gollum aponta o caminho do que esperar em uma possível criação de universo expandido. Já "A Guerra dos Rohirrim", animação dirigida por Kenji Kamiyama, pode servir tanto de luz para novos formatos de adaptação da obra de Tolkien, quanto de alerta para a necessidade de histórias que se afastem da linha temporal de Frodo e o Um Anel. É surpreendente vermos "O Senhor dos Anéis" com a estética e a narrativa de anime.
Dirigido por Kenji Kamiyama
(Ultraman, Star Wars Visions) e com o próprio Jackson atuando como produtor executivo, o longa não busca ser uma sequência da conhecida Guerra do Anel, e sim uma história por si só, sobre uma antiga guerra no reino de Rohan. Para isso, os realizadores utilizam uma personagem que existe nos livros de J.R.R. Tolkien, a filha de Helm Mão-de-Martelo, e a colocam no centro da trama. Assim, somos apresentados à corajosa Héra.
Imagens/Warner bros Animation
Visualmente, "A Guerra dos Rohirrim" tem bons acertos. Helm Mão-de-Martelo é um personagem imponente, como seu nome já diz, é interessante como Kamiyama consegue criar impacto e força nas atitudes dele. O mesmo vale para Héra, uma personagem com personalidade e que carrega essa ideia de trazer novas mulheres para o mundo de Tolkien, assim como temos visto na série "Anéis do Poder" da Amazon Prime. Nesse sentido, o filme não só foca na filha de Helm, mas também mostra uma antiga guerreira, Olwyn, fortalecendo a ideia de que assim como elas (e Éowyn no futuro), outras mulheres também já defenderão Rohan, no meio de uma guerra de homens, que negam o valor delas, essas guerreiras precisam entrar em ação novamente.
O próprio vilão da história, Wulf, acaba caindo no genérico de um guerreiro frustrado que quer vingança a qualquer custo. Os arquétipos de personagens masculinos da obra sempre se dividem entre os soldados honrados ou aqueles gananciosos que matam e destroem sem pensar no bem maior.
Há pontos negativos, é claro, e o maior deles é a questão dos clichês. A guerra que o filme pretende contar começa de forma interessante, mas depois cai para uma história de vingança básica, chegando até a atrapalhar a construção de alguns personagens, inclusive da protagonista. De certa forma, soa como se o segundo e terceiro ato, tivessem se atrapalhando um pouco, mas nada que estrague a experiência toda da animação. Felizmente, o roteiro volta para os eixos nos momentos finais, evitando que esse tropeço prejudique o todo.
Porém, mesmo com tais pontos baixos, "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" entrega um bom resultado, especialmente ao criar a sensação de que agora sabemos mais sobre à Terra média, com uma história de personagens fortes e honrados, que nos fazem querer ser como eles. E isso é a coisa mais Tolkien que o primeiro anime da franquia poderia fazer pelos fãs. "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" está em cartaz nos cinemas brasileiros e se você gosta de adaptações de Animes, ainda mais contando uma história de um universo tão querido, basta conferir nas telonas.
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