Crítica | Gladiador 2
"Como é difícil para uma continuação, fazer algo que não a deixa à sombra de sua antecessora."
Imagens/Universal Pictures
Chegou a hora de ver "Gladiador 2" nos cinemas, uma continuação que é aguardada a anos nas telonas, ainda mais após o triunfo de seu antecessor. No caso de Gladiador, essa sequência até demorou para chegar, pois foram 24 anos de espera após o filme original, que venceu 5 Oscar e arrecadou mais de 460 milhões de dólares nas bilheterias. Dessa vez, o diretor Ridley Scott retorna sem Russell Crowe para contar um novo capítulo neste universo épico. O protagonista desta nova trama é Lucius (Paul Mescal), que ainda criança testemunhou os feitos heroicos e a trágica morte de Maximus. Agora, como um jovem adulto, ele se vê diante de desafios que o forçam a seguir os passos do lendário gladiador. E apesar de ser claramente inspirado pela figura histórica, Lucius não é apenas um espelho do antigo general, pois sua jornada é marcada por dilemas próprios, divididos entre sua lealdade a Roma e seu desejo de justiça pessoal. Paul Mescal oferece uma interpretação convincente, mas limitada por um roteiro que falha em aprofundar as complexidades emocionais de seu personagem.Imagens/Universal Pictures
Sua relação com figuras centrais, como Lucilla (Connie Nielsen) e sua esposa, carece de desenvolvimento suficiente para sustentar plenamente suas motivações. Esse déficit narrativo enfraquece o impacto dramático que o filme tenta construir, deixando algumas das decisões de Lucius parecerem abruptas ou superficiais. Se Lucius, enquanto personagem, luta para atingir seu potencial pleno, o mesmo não pode ser dito de Macrinus, interpretado com maestria por Denzel Washington. O ator domina suas cenas com uma presença magnética, alternando entre charme e ameaça com naturalidade. Seus diálogos são conduzidos com uma cadência quase teatral, aliado a uma ameaça latente. Washington é sagaz, perspicaz e navega com facilidade pela ironia de Macrinus. Ele é bom e sabe disso. Pedro Pascal também se destaca no papel de Acacius, um general romano descontente com a liderança dos imperadores, o torna muito próximo da história vivida por "Maximus" no primeiro filme, com algumas alterações que fazem lembrar, mas nao deixam se tornar mais do mesmo. As cenas de combate são, sem dúvida, momentos que definem o tom de Gladiador 2.
Imagens/Universal Pictures
O preparo físico do elenco é evidente, contribuindo para a autenticidade dos confrontos. A edição, por sua vez, mantém o ritmo das cenas e evita cortes excessivos, permitindo uma visão contínua da agressividade e da resistência dos combatentes. Os CGi de ótimo orçamento entrega oque promete, mas por sua vez até exagerando um pouco no grandiosismo do longa.
O filme estabelece uma conexão direta com seu antecessor, frequentemente evocando a memória de "Maximus" e seus feitos heroicos. Essas referências funcionam como uma âncora emocional, especialmente para o público que nutre um carinho pelo original.
Imagens/Universal Pictures
No entanto, Scott não se limita a esse tributo. Ele busca expandir o universo de Gladiador, introduzindo novos personagens e conflitos que abrem caminho para narrativas futuras. Gladiador 2 pode sofrer muito por viver na sombra do filme original estrelado por Russel Crowe, mas é inegável que traz um espetáculo capaz de entreter e valer a pena pagar o ingresso para ver na telona. Com um elenco talentoso e grandes cenários, Scott provou que pode trazer histórias novas para um universo já conhecido. Não é um filme perfeito, mas cumpre o que promete, o que já é muito melhor do que muitos filmes lançados hoje em dia.
O longa- metragem estreia no dia 14 de Novembro nos cinemas nacionais, vale apena conferir na maior tela que poderem, principalmente por sua qualidade visual.
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